Entrevista Por Vanessa Daraya, de INFO Online
• Domingo, 10 de junho de 2012 -
Lawrence Joseph – Eu me interessei pelo tópico “2012” em 2004. Isso começou quando Roger Remy, principal pesquisador do instituto de pesquisas sobre a física do plasma em Albuquerque, no estado do Novo México, nos EUA, me disse que o Sol estava agindo com uma intensidade cada vez maior. Então, eu entrei nos sites da Nasa e da ESA (Agência Espacial Europeia) para verificar a afirmação. Foi assim que percebi que os astrônomos concordam que o final de 2012 será o período de clímax das tempestades solares.
INFO - O que fez você acreditar que o mundo chegará ao fim este ano?
Joseph - Num impulso, eu pesquisei "2012" e descobri coisas relacionadas a crença na Nova Era e seu significado. Mas a base de tudo que eu acredito está na astronomia maia, que apontava para o ano de 2012 como um ponto de profunda reviravolta na nossa história. Então, conclui que existe uma coincidência entre a física solar contemporânea e a profecia maia sobre o ano de 2012, um sinal potencialmente desastroso, que despertou definitivamente o meu interesse no assunto. Mas, que fique registrado, eu não acredito que o mundo chegará ao fim em 2012. Creio que, como os xamãs maias com quem trabalhei na Guatemala me ensinaram, o ano de 2012 marca o nascimento de uma nova era, que será acompanhada de alegria, sangue e dor.
INFO - Como você chegou a esta conclusão sobre a profecia maia, tempestades solares e outros possíveis desastres?
Joseph - Cheguei a essas conclusões ao longo de anos de investigação, ao conversar com cientistas, xamãs e filósofos na América do Norte e Central, Europa, Sibéria, África do Sul e muitos outros lugares. O documento mais importante em minha pesquisa está em um relatório divulgado pela Nasa em parceira com a Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos. Ele diz que se tempestades solares de magnitude semelhantes as que atingiram a Terra em 1859 e 1921 chegassem aqui hoje, a rede de energia elétrica entraria em colapso por meses ou anos. Não haverá eletricidade suficiente, água ou combustível (porque as bombas são elétricas), serviços bancários, policiais ou de segurança militar. Há, no entanto, uma maneira relativamente simples de proteger a rede elétrica das tempestades solares com supressores de surtos. Em setembro de 2010, eu assisti a uma conferência no Parlamento em Londres, em que começou a ser elaborado um plano para ajudar a proteger a rede elétrica.
INFO - A banalização do fim do mundo, com a enorme quantidade de teorias e crenças apocalípticas, dificulta os estudos mais sérios sobre o fim do mundo?
Joseph – Essa mania de fim de mundo, que levanta teorias malucas, as “apocafreaks”, realmente prejudica, sim, os estudos científicos sobre mudanças importantes na nossa civilização. Estamos em um momento da nossa história, em que muitas pessoas têm dificuldade em distinguir entre o cinema e a realidade, na qual é fácil ser hipnotizado pela visão dramática de uma ameaça que na verdade é muito real. Por exemplo, apesar de muita gente acreditar, não há possibilidade, como ocorreu no filme "2012", da crosta da Terra se deslocar e causar o caos mundial. Há, no entanto, uma probabilidade significativa da nossa atual infraestrutura de energia elétrica não aguentar e sofrer muitos danos.
INFO – Mas também existem muitos céticos com relação ao fim do mundo. Por que as pessoas têm dificuldade em acreditar nisso?
Joseph – Porque é absurdamente assustador pensar que a Terra vai explodir ou que todos os seres humanos vão desaparecer. Porém, não é nenhum pouco maluco se preocupar com o caos global que podemos viver sem energia elétrica. Esse tipo de profecia é, sim, séria e não pode ser ignorada.
INFO - Existe alguma maneira de nos protegermos do fim do mundo?
Joseph – Ore e se preocupe com as medidas que o governo tomará para proteger a rede de energia elétrica.
INFO - Em seu último livro, "O dia seguinte", você faz um guia para preparar as pessoas para 2012. Qual é a principal atitude que as pessoas devem ter em relação a estas catástrofes e ao fim do mundo? Você já tomou algumas medidas para se proteger também?
Joseph – Não pense que você pode correr para as montanhas. Reúna sua família, elabore um plano de emergência familiar com quais funções cada membro da sua família terá, com o que você vai fazer em caso de emergência, se a energia elétrica falhar. Atribua a cada membro, incluindo as crianças, uma missão: cuidar e checar água, baterias, alimentos, remédios, gasolina e coisas desse tipo. Fale sobre essas coisas abertamente e não tenha medo de brincar um pouco com isso. Tenha humor em tempos de guerra, assobie no escuro, nós precisamos dar boas risadas. Eu já preparei um plano de emergência da família, da mesma forma como falo para todos fazerem.
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