GlaxoSmithKline admite fraude farmacêutica criminosa em processo de 3 mil milhões de dólares | 14Ago2012 15:22:17
A GlaxoSmithKline
acaba de admitir a sua culpa num gigantesco processo de fraude criminosa que
incluiu o suborno flagrante de médicos. A empresa vai pagar uma multa de 3 mil
milhões de dólares, mas é claro que a vão deixar continuar a fazer negócios com
o governo dos EUA (ele próprio dirigido por criminosos).
A empresa britânica GlaxoSmithKline enfrenta sanções no valor de 3 mil milhões de dólares após declarar-se culpada no maior caso de fraude da área da saúde de que há conhecimento. A GSK admitiu que tinham sido subornados médicos para promoverem medicamentos potencialmente perigosos em troca de bilhetes para os concertos de Madonna, férias no Havai, dinheiro vivo e palestras lucrativas. Admitiu também a distribuição de informações enganosas relativas ao antidepressivo Paxil. O relatório reivindicava que era adequado para crianças, mas não referia dados de estudos que provavam a sua ineficácia em crianças e adolescentes.
A empresa britânica GlaxoSmithKline enfrenta sanções no valor de 3 mil milhões de dólares após declarar-se culpada no maior caso de fraude da área da saúde de que há conhecimento. A GSK admitiu que tinham sido subornados médicos para promoverem medicamentos potencialmente perigosos em troca de bilhetes para os concertos de Madonna, férias no Havai, dinheiro vivo e palestras lucrativas. Admitiu também a distribuição de informações enganosas relativas ao antidepressivo Paxil. O relatório reivindicava que era adequado para crianças, mas não referia dados de estudos que provavam a sua ineficácia em crianças e adolescentes.
A GSK enfrentava acusações de que tinha utilizado essas ofertas com o fim de vender três medicamentos que não eram seguros ou que eram utilizados para fins não aprovados. O primeiro medicamento, Paxil, também conhecido como Seroxat, era publicitado como seguro e eficaz para crianças e adolescentes. A ineficácia do Paxil, e a sua associação a suicídios, ditou a sua proibição para crianças com menos de 18 anos de idade em 2008.
O segundo medicamento, Avandia, foi utilizado na Grã-Bretanha para tratamento da diabetes até ser retirado devido a receios de segurança, incluindo o aumento do risco de ataques cardíacos. O governo dos EUA reclamou que a GSK tinha tentado ocultar os dados respeitantes aos perigos.
O terceiro medicamento, Wellbrutin, é utilizado no Reino Unido para tratamento da depressão, mas alegou-se que a GSK tinha recomendado aos médicos a sua utilização para a ADHD (desordem por défice de atenção com hiperatividade), a perda de libido e como ajuda para o emagrecimento. Nenhuma destas utilizações estava aprovada para o medicamento.
Exposto o código moral das Grandes Farmacêuticas
Sir Andrew Witty, Presidente Executivo da GSK, afirmou: "Embora estas infrações tenham origem numa era diferente da empresa, não podem ser e não serão ignoradas. Em nome da GSK, quero manifestar o nosso pesar e reiterar que aprendemos com os erros que foram cometidos. Estamos profundamente empenhados em fazer tudo o que pudermos para estar à altura e até superar as expetativas daqueles com quem trabalhamos e que servimos. Nos EUA, adotámos medidas a todos os níveis da empresa. Fundamentalmente, alterámos os nossos procedimentos de conformidade, marketing e venda."
Carmen Ortiz, procuradora federal de justiça do Massachusetts, afirmou: "A força de vendas da GSK subornou médicos para receitarem produtos da GSK utilizando todas as formas imagináveis de entretenimento caro, desde férias no Havai até ao pagamento de milhões de dólares aos médicos para fazerem palestras, a uma caçada ao faisão na Europa e a bilhetes para os concertos de Madonna."
Trata-se do maior acordo monetário da história das indústrias farmacêuticas, à frente do caso da Pfizer de 2009 no qual esta empresa foi multada em 2,2 mil milhões de dólares por promover quatro medicamentos para utilizações não aprovadas. Em 2010, a GSK pagou 96 milhões de dólares a um denunciante que expôs problemas de contaminação e um encobrimento da direção em Porto Rico.
A prática de promover medicamentos para utilizações não aprovadas é endémica nas indústrias farmacêuticas. Duas das maiores empresas farmacêuticas foram apanhadas e alvo de multas pesadas por tentarem cumprir os objetivos de vendas recorrendo a todos os meios necessários. Só prova que a saúde dos clientes, mesmo das crianças, tem menos importância na agenda das empresas do que os lucros. O recurso a subornos para fazer os médicos receitarem medicamentos revela uma falta total de fibra moral tanto das equipas de vendas como dos médicos. Depois deste caso, certamente que os médicos também têm de enfrentar os tribunais pela sua conduta.
Embora os montantes de dinheiro pareçam ser um enorme castigo para a GSK, o acordo monetário não passa de uma reprimendazinha para uma empresa cujo valor de mercado é de 133 mil milhões de dólares. Será que podemos confiar noutra multinacional que promete corrigir o que fez, quando outras prometeram o mesmo e acabaram a comportar-se com a mesma falta de consideração mas muito mais sub-repticiamente?
Fontes:
http://www.dailymail.co.uk
http://www.nytimes.com
http://www.cbsnews.com
http://bottomline.msnbc.msn.com
4 Julho 2012, D Holt
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